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Pico das agulhas Negras

  • Foto do escritor: Silva Neto
    Silva Neto
  • 29 de abr. de 2018
  • 6 min de leitura

Cidade: Itatiaia.

Meio de acesso: Carro, moto ou a pé.

Atividades: Trekking, escalaminhada e escalada.

O acesso: Para acessar o Pico das Agulhas Negras, você deverá ir até a entrada do Parque Nacional do Itátiaia, onde você deverá fazer o seu registro de entrada e pagar o acesso ao parque, que custa R$ 17,00 para quem irá passar apenas um dia. Deste ponto até o Refúgio Rebouças você fará uma caminhada de 3Km, e lá será sua última parada antes de se aventurar pela trilha que leva ao Pico das Agulhas Negras.

Neste novo desafio, tive a companhia de um grupo de amigos. Alguns experientes, outros indo para uma trilha a primeira vez. E foi isso que tornou essa aventura tão especial.


Saímos mais uma vez da Decathlon Marginal Tietê, com destino ao Terminal Barra Funda onde encontraríamos o restante do grupo e também a Van que nos levaria até o Parque.

Todos reunimos partimos em meio a uma noite agradável e sem lua, com destino a mais um local desconhecido.

Parque Nacional do Itatiaia - 2.450 m.

Eram aproximadamente 07:00 quando chegamos à entrada do parque, após uma longa e sinuosa estrada, onde a subida intensa e a paisagem deslumbrante predominavam. Tivemos que esperar 30 minutos até que o parque abrisse, nesse tempo de espera aproveitamos para nos preparar e nos agasalhar, pois o frio estava, digamos, refrescante.

Preparados, registrados e avisados de que havia chovido na noite anterior e que ele, o guarda parque, não recomendava a nossa subida, partimos para o próximo objetivo, o Refúgio Rebouças.

O Refúgio Rebouças fica a uma distância de 3Km da entrada do Parque, o caminho até lá é por uma estrada bem irregular, justamente por isso que a Van que nos levou até a entrada não nos levou até o refúgio.

A paisagem que disfrutamos neste percurso foi um prenúncio das outras tantas que teríamos o privilégio de contemplar. Com o Morro do Couto a nossa direita e o Pico das Agulhas Negras aparecendo discretamente a nossa esquerda, caminhamos até chegar no Refúgio.

O Refúgio Rebouças é um local, onde você pode se alimentar, acampar e relaxar antes ou depois da trilha/trekking, e foi exatamente o que fizemos, sentamos, comemos um pouco, enchemos nossas garrafas com água e fizemos uma última revisão nos equipamentos.

Dai para frente é que a trilha realmente começou.

Saindo do Refúgio Rebouças, você entra na trilha em meio a uma vegetação alta, mas com um caminho muito bem definido, e através de pequenos desníveis, curvas e pedras fomos avançando, tendo a beleza quase aterrorizante do Pico das Agulhas Negras como nosso norte.

Trilha antes da ponte, com o Agulhas Negras, coberto por neblina.

Até encontrarmos a ponte a vegetação se manteve a mesma, após a ponte a vegetação vai, calmamente ficando mais baixa, até ir dando lugar as pedras e as subidas mais intensas.

Algo muito notável é a facilidade de navegação, mesmo quando a trilha propriamente dita some, o caminho à nossa frente se torna bem lógico, e com uma escalaminhada simples você consegue ir subindo e subindo, e subindo.

A dificuldade da escalaminhada vai aumentando com a altitude, até que em um determinado ponto, encontramos uma grande barreira, que sim, é possível ser transposta sem o auxílio de cordas, porém apenas para quem já possui a experiência e o equipamento necessário.


Em nosso caso o Pedro Falconi, conseguiu fazer a escalada e lá de cima preparou e jogou a corda para que toda nossa equipe pudesse subir, alguns precisaram de mais de uma tentativa, outros subiram com mais facilidade, mas todos, conseguiram ver, após a subida, o quanto estávamos altos, o quanto o Parque é belo, e o quanto o restante do caminho exigiria nossa força, física e principalmente mental.

Com grandes fendas, rampas e humidade, fomos subindo, cada um superando os seus medos e temores, cada um com o seu próprio desafio interno.

E foi passo após passo que avançamos até um determinado ponto, onde seja qual for o motivo, alguns de nós resolveram parar, eu também parei, sem um motivo específico, apenas parei e fiquei junto com quem resolveu ficar, o caminho adiante não parecia ser tão complicado. A equipe que parou, parou a apenas uns 50m do cume, muito próximo, mas para muitos dos que ficaram aquele local foi o cume, foi o ponto mais longe que cada um conseguiu vencer o seu eu interior, o seu medo.

Na verdade aprendi muitas coisas observando o comportamento das pessoas que foram comigo, e é belo você saber como as pessoas tem medos, e como elas são capazes de supera-los. Também foi claramente perceptível notar como somos diferentes, como algo simples para uns, é um Everest para outros. Como o que é visto como loucura por uns é visto como vida para outros.

Essa é a beleza do montanhismo, podemos aprender muito mais sobre alguém em um dia de montanha do um ano de trabalho.

Como não fui até o cume não sou apto a descrever essa parte da aventura, por isso convidarei um amigo a descrever o restante. Caso ele aceite deixarei seu relato logo em seguida.

Enquanto aguardávamos a segunda equipe que foi ao cume, conversamos e apreciamos, uns aos outros e a paisagem, que como uma bela janela nos mostrava o Prateleiras à esquerda e o Morro do Couto à direita, com um belo vale abaixo deles, e também com nuvens ao fundo que eram incapazes de superar aquelas magnificas muralhas.

Prateleiras

A descida como sempre é bem tranquila, mas aqui fica um alerta para todo retorno de cume (ou quase cume), procure se monitorar sempre, pois normalmente utilizamos quase todas nossas forças para a subida, e mesmo que a descida seja mais fácil, ainda sim ela é bem perigosa, já que você relaxa demais, deixando o corpo mais mole, uma queda se torna muito mais provável, mesmo em terrenos mais fáceis.

Espero poder voltar com outro post dizendo como foi a subida ao cume, seja do Agulhas, Prateleiras ou Couto.


Dicas: Essas são dicas baseadas em minha experiência, e acredito serem de extremo valor para quem deseja chegar ao Pico das Agulhas Negras.

· Água - Levem no mínimo 2L de água, isso para quem tem um consumo normal. Para quem tiver as water bags, ou mochilas de hidratação, será uma ótima maneira de transportar a água, para quem não possui, opte por garrafas próprias para trilha, pois facilitam o consumo, o transporte, além de ter uma melhor vedação, evitando desperdício.

· Comida - Não levem muita coisa, barrinhas de cereal, lanches e frutas são a melhor opção. Pois dessa forma carregarão pouco peso e terão refeições que irão suprir as suas necessidades.

Equipamentos - Vamos dos pés a cabeça.

· Utilize um calçado, com boa aderência, já que em muitos pontos o solo e as pedras estão bem úmido, opte por um calçado com a ponta emborrachada, nas escaladas será extremamente útil, além é claro da impermeabilidade e conforto, que podem fazer uma boa diferença no percurso. Não é obrigatório o uso de botas, mas essas proporcionam uma boa proteção contra torções.

· Quanto a calça, procure por uma calça com grande resistência a abrasão, que seja leve, respirável e de secagem rápida.

· Aconselho o uso de uma camiseta de manga cumprida, respirável, dessa forma terá uma aventura mais confortável, tanto durante quanto depois.

· O uso de uma blusa é quase que indispensável em grande parte do dia desta trilha, já que o parque está localizado em uma altitude superior aos 2400m de altitude, e a exposição a ventos é muito alta em diversos pontos da montanha, ou seja, leve uma blusa de fleece e um corta vento, ambos serão úteis e deixaram o seu corpo aquecido.

· O uso de luvas é opcional, tanto a de frio quanto uma de proteção a abrasão, como dito, o lugar é frio, logo, o uso de uma luva também é recomendável, ao menos nas primeiras e últimas horas do dia.

· Óculos e chapéus são opcionais, podem ser bem úteis na proteção do rosto e na sensação de conforto durante a trilha.

· Bastões de caminhada são utilizados apenas na trilha que leva até as pedras, após são dispensáveis.

· GPS e outros dispositivos de navegação são muito bem vindos, principalmente se pretende fazer a trilha por conta própria. O Parque no geral é bem sinalizado, e a trilha bem clara, mesmo nas pedras é possível ter uma orientação quase que natural.

E sempre utilize filtro solar, você agradecerá após a trilha.

Fiquem com algumas imagens dessa grande aventura.



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